solto no quintal

acordo em pé
sem saber se dormi
segunda, terça, quarta
já não sei nada
e o que importa?
bundinhas redondinhas
pulando as cercanias
peidinhos engolidos
na agonia da casinha
chupadas homéricas
em um começo de férias
o pão de cada dia
no lixo ou na poesia
o que importa?
uma fumaça sobe torta
hedionda e tremida por trás
das sombras abandonadas
pelos cães desolados
enquanto na janela florida
flores florescem florindo
e eu aqui rimando merda
com dejetos suínos
política com poluição
indo dormir agora
porque o cão late
em estrondoso alarde
requisitando seu quintal,
enclave.

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