um homem
entre mil outros
navios
sabe qual é o seu
navio quando conhece
o mar.
um homem
entre mil outros
navios
sabe qual é o seu
navio quando conhece
o mar.
hoje estou levando
uma surra
– de quem?
de mim mesmo.
divertindo-se com o corpo
da mãe – após matar
o pai – ele gozou
e transformou-se em Deus
antes de virar cupim
no fim
foi quando a Sra. Razão
me deu as costas, que acabei
comendo meu primeiro
CUzinho
e isso é o que eu penso
sobre essa tal Razão
até hoje
– então
quando estiver com ela
e ousar acreditar que ela é sua
ou será sua para sempre
apenas aproveite o momento
e no final das contas:
RE-
PENSE.
até ontem jogava
todas as tampinhas de cerveja
fora. hoje virou colecionador
e por uma tampinha
jogada no esgoto por engano
chegou em casa
pura merda.
um monte de gente
falando o tempo todo
sem dizer porra
nenhuma.
uma mulher
em cada
bola
uma mente vazia
uma tal oficina
do diabo
onde nascem poemas
onde se libertam
pecados
um homem sem sapatos
vendo seu mundo
emergir
um homem sem mãos
escrevendo para eternidade
vencida
enquanto os demais
continuam passando de sapatos
e mãos vazias
quem diria?
você descobre que as carpas
e também o peixe dourado
conseguem produzir seu próprio
álcool, para não morrer.
na mesma hora em que
começa a meditar
visualizando suas escamas
visualizando o líquido sagrado
sendo liberado nas veias.
e por um momento
você se imagina Deus
e transforma todo seu sangue
em álcool.. e é o bastante
para perceber que você
também, é o Diabo
nessa brincadeira. e então
você cospe no chão
e acende o inferno
com um fósforo
qualquer..
cinco cigarros
acesos no velório
de um único
fósforo.