Morra-me

Tráfego lateral na ponta dos dedos
Deslizam verticalmente empossados
Pelo limite do engodo caloroso da marginal
Um outdoor repleto de dentes brancos
Endossa o fio condutor como símbolo  
De um viés inacabado
Enquanto isso,
O atraso, a sonolência, as suturas
Repentinamente golpeiam o espectador
É longo o acesso, curto o passo
Serpentinas douradas enroscam nos cabelos
O céu triunfa, refletido nos incisivos
Do outro lado,
Um raio de sol, cruz no anzol
Manjeronas brotam
Em pudim de argila
Tronco ou cabide?
Miopia, minha pia
Há em mim um manicômio
Que ferve e flutua
Trôpegos, os sons se conectam
Apesar daquilo,
A miragem entra no mar calmo e gelado
Trazendo uma névoa elegante
Que faz bactérias chorarem
Esquálido,
O torpor atravessa na faixa amiúde
Preciso lavar meu calção branco

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