Peça uma peça ( XXII )

Vander se voltando para Salete     

– Você é uma maldita puta com poderes de perícia forense!

Salete retruca

– Seu canalha desprezível!

Vander vai em direção a penteadeira.

Narradora

Sobre a penteadeira, algo lhe chamou atenção. Um batom rosa pálido, a mesma cor de um cu de gato, caído, somente ele, ao redor de outros tantos perfumes e cremes. Aproximou-se e o filme todo fixou em sua cabeça pesada e um tanto alta. Pensava: “Foi aqui, no meu móvel cor marfim, ela se firmou com as mãos, ele veio por trás e enterrou nela. Os seios balançaram, a penteadeira balançou, o batom e o quarto balançaram, as nuvens espetadas por mim. Filhos da puta!”

Vander grita

–  FOI AQUI!!

Narradora se assusta e olha pro quarto

Salete com toda paciência

– Foi aí o quê? Seu maluco.

Vander

– Não sou maluco! Sou chifrudo!

Salete

– Sim. Há dez anos você é chifrudo, né?! Há dez anos você entra nesse quarto, com essa mesma arma, e nunca acha nada, não é?!

Vander

– Você zomba de mim! Cretina!

Salete

– Por que você não vem aqui e cheira minha buceta então?

Vander

– E desde quando buceta tem outro cheiro? Sua fodida!!

Salete

– Eu te amo Vander! Há dez anos eu aguento essa tua maluquice porque te amo! Senta aqui do meu lado.

Vander senta ao lado dela

Vander

– Você me ama Salete?

Salete

– É claro seu bobo.

Vander

– Eu também te amo Salete, veja, nem carregada está essa arma.

Vander mostra e balança a arma para Salete que coloca a cabeça em seu ombro.

Deixe seu comentário