Vander se voltando para Salete
– Você é uma maldita puta com poderes de perícia forense!
Salete retruca
– Seu canalha desprezível!
Vander vai em direção a penteadeira.
Narradora
Sobre a penteadeira, algo lhe chamou atenção. Um batom rosa pálido, a mesma cor de um cu de gato, caído, somente ele, ao redor de outros tantos perfumes e cremes. Aproximou-se e o filme todo fixou em sua cabeça pesada e um tanto alta. Pensava: “Foi aqui, no meu móvel cor marfim, ela se firmou com as mãos, ele veio por trás e enterrou nela. Os seios balançaram, a penteadeira balançou, o batom e o quarto balançaram, as nuvens espetadas por mim. Filhos da puta!”
Vander grita
– FOI AQUI!!
Narradora se assusta e olha pro quarto
Salete com toda paciência
– Foi aí o quê? Seu maluco.
Vander
– Não sou maluco! Sou chifrudo!
Salete
– Sim. Há dez anos você é chifrudo, né?! Há dez anos você entra nesse quarto, com essa mesma arma, e nunca acha nada, não é?!
Vander
– Você zomba de mim! Cretina!
Salete
– Por que você não vem aqui e cheira minha buceta então?
Vander
– E desde quando buceta tem outro cheiro? Sua fodida!!
Salete
– Eu te amo Vander! Há dez anos eu aguento essa tua maluquice porque te amo! Senta aqui do meu lado.
Vander senta ao lado dela
Vander
– Você me ama Salete?
Salete
– É claro seu bobo.
Vander
– Eu também te amo Salete, veja, nem carregada está essa arma.
Vander mostra e balança a arma para Salete que coloca a cabeça em seu ombro.