o cachorro fareja meu ódio e meu desprezo
escorrendo lenta e diretamente
da sacada do quarto 103
para a calçada
uma boa fungada
com o pescoço bem disposto
narinas bem abertas
são segundos
antes que atravesse a rua desatinado
e seja despedaçado por um caminhão carregado
em toneladas de momentos
jamais esquecidos
foi a última vez para ele
eu lamento e continuo escorrendo aos montes
morrendo aos poucos..