Acreditei nas flores da primavera
Que estendidas dificultavam meu andar
Temi as aranhas das plantas verdes
E das quinas das paredes
Que assustadas corriam ao meu lado
Desconsiderei as pedras cortantes
Estáticas em qualquer estação
E desse jeito plantei suas cicatrizes
Em meus pés desajeitados
O abacateiro quebrou o braço de minha mãe
Um tombo provisório
Sobre a casa de Bob, o cachorro
Que em dias ruins como aquele
Desatava a latir
Desafiei os subornos dos garrafões vazios
Terminei em terceiro lugar
Só porque, infelizmente
As girafas não nasciam em fornos
Atravessei, depois de um tempo
Uma nuvem pubiana de olhos castanhos
Singular, úmida e rigorosa
Ela até hoje me deve esperança
Desajeitado então
Instituí a derrota como vingança
Maltratei as colinas albinas
E tornei-me homem com uma puta incapaz de gozar
Ando dopado
Com soro fisiológico nas narinas
É isso aí, acertando meu adeus
Um adeus tão ensaiado e teatral
Mereço as palmas com uma mão só
Não duvidem
Vejo constantemente
Espelhos furados através da fumaça pueril
Imbróglios sorrateiros, guerra em perigo
Onde estarão os estornos?
Atrás do espelho?
Na frente?
Ou afiando a faca aqui ao lado?
Em um tesouro de gás
Fazem falta
A cor que crucifica em X
O beijo que acalma a lama
Os sintomas perpetuam incrédulos
Devagar, devagar, devagar
Corpo inóspito no lar dos anjos
Logrando fadigas
Mendigando suicídio
Estafa sexualmente transmissível em uma orgia de lobos
Um resultado de exame
Assinado