Hoje à noite fará Sol

A audácia e a coragem
Não serão suficientes
O brilho e a saudade
Estarão em jogo
Na tela terá um torso
Com cabeça de alfinete
Os risos se contradirão
Em segundo plano
As histórias e os heróis
Deixarão de chorar hoje à noite
Fará Sol
O inquilino de bronze
Será artista parisiense
Paranaense, alguma coisa
Nonsense
Fluídos e copos quebrados
Matéria e prima
Degustações com arrepios
Mágica sobre as cabeças
Ruídos e corpos quebrados
Gramática em linha reta
Como o cálice bordô
“Cale-se bobo”
A exuberância e a plenitude
Gestos digestos, indigestos
“Gerson! Gerson!”
“O que é?”
“Por quem os sinos dobram?”
“Pelos que pedem desconto”
Hoje à noite fará Sol
Não teremos a Lua como inimiga
As sombras cumprimentarão o céu
Saudando o incrível movimento
Das folhas secas
A intriga e a maldade
Não serão suficientes
Apostas sem jogos
Despediremos nossos funcionários
Será uma curta viagem
Sem cinto de segurança
Terá fogueira e nostalgia queimada
Fumaça, fumaça
Muita fumaça saindo de um jeito
E entrando de outro
Filhos de farinha e ovos
Receitas antigas
Não faltará bebida
Porque
Hoje à noite fará Sol
Todos acordarão no escuro

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