Josie atendeu o telefone como sempre:
– Clínica Doutor Alfredo Astolfo dos Santos, bom dia.
– Quero falar com a Josie.
– Senhora Josie. Sou eu.
– Como queira. Sua mãe morreu.
– Quem fala?
– Me chamo Amarildo e matei sua mãe.
– Como é??
– Me chamo Amarildo e matei sua mãe
– Matou por quê?
– Não sei. Segui-a até em casa, comi sua bunda e a matei.
Amarildo desligou o telefone. Josie ligou para a casa de sua mãe.
– Alô – Amarildo atendeu.
– Quem é você? Josie pergunta.
– Me chamo Amarildo e matei sua mãe. Comi sua bunda, não sei por que fiz isso.
Josie desligou o telefone e ligou para a polícia.
– Bom dia – disse o Doutor Alfredo entrando no consultório.
– Mataram minha mãe! Mataram minha mãe! Gritava Josie ao telefone.
– Como assim Josie? Perguntava Alfredo.
– Mataram minha mãe! Mataram minha mãe! Gritou Josie para Alfredo.
Doutor Alfredo não disse mais nada enquanto Josie explicava a situação para a polícia. Largou sua maleta em uma cadeira e sentou em outra. Josie desligou o telefone e começou chorar, batendo a cabeça na mesa.
– O que aconteceu Josie? Quem matou sua mãe?
– Um tal de Amarildo. Preciso de folga hoje Doutor Alfredo. Estou saindo.
– Certamente Josie.
Josie correu por duas quadras até chegar em casa. Tinha um marido desempregado e queria que ele fosse junto até o local do homicídio. Abriu a porta em prantos, mas não conseguia falar, nem gritar. Ao fechar a porta da casa com dois meses de aluguel atrasados percebeu uma par de tamancos jogados bem perto da geladeira. Não eram seus, mas sabia de quem era. Sua vizinha só usava aquele. Caminhou em passos lentos até conseguir ouvir os sons do quarto. O desempregado estava trabalhando às 9:00, suando o pobrezinho. Josie sentiu náuseas e vertigens. Decidiu beber água. Abriu a geladeira com três prestações atrasadas e viu meia dúzia de latas em uma sacolinha, era cerveja. Pegou uma e sentou-se na mesa. Sua vizinha gemia alto, coisa que não compreendia, sabia o potencial de seu marido desempregado. Bebeu a lata, foi até o telefone e ligou para a casa de sua mãe.
– Alô – alguém atendeu.
– Quem fala? Josie perguntou, falando baixo, para não atrapalhar o amor.
– Aqui é o policial Fernando. Quer falar com quem?
– Com o Amarildo. Ele está?
– Senhora…..
– Senhorita.
– Qual seu nome senhorita?
– Josie.
– Foi você quem ligou para a polícia?
– Fui eu.
– Bom, senhorita Josie. Averiguamos a casa onde supostamente houve um homicídio e não encontramos nada.
– Minha mãe está aí?
– Não encontramos ninguém no local. Tivemos que arrombar a porta.
– Me desculpe policial, não estou entendendo. Um tal de Amarildo ligou-me no trabalho dizendo coisas e eu acreditei.
– Tem ideia de onde esteja sua mãe?
– Não.
– Daremos mais uma olhada no local.
Josie calçou os tamancos da vizinha e saiu procurar sua mãe, para depois encontrar Amarildo.