Desabotoando os ossos
Da esfinge galgada
Esse trem que não vai por onde veio
A estipe desmancha o caramelo do nevoeiro
Habita-me
Prosaico e imune
Como as raízes num chão de lama
Habita-me selva em doses
Semeia a eloquência dos meus porres
Disparo galante
Entre o troco e a sobra
Entre o porco e a cobra
Abro a janela pra respirar
Alguém reclama do barulho
Corro para o banheiro
Seco o guarda-chuva
Visto-me entrelinhas
Releio a carta
Recorto-a em curvas
Bem sabe ela
Que nunca responderei