Se quero rir, escrevo. Se quero chorar, leio o que escrevo

Vivaldi hoje,
Apareceu quatro vezes aqui em casa
Reclamou tanto da chuva
Que dei-lhe uns trocados
Para um conserto qualquer que precisava fazer
Não sabia se era o platinado
Ou a bobina do fusca que tinha ido pro pau
Maldita sanfona, não para de rasgar!
E tem um tremendo barulhinho, que parece violino
Na caixa de marcha
Sei, sei Valdir. Por que não vende a encrenca?
Porque o passado é só o que tenho
E o que isso tem a ver com esse lixo de rodinha?
Nascemos no mesmo ano
Por não queimar óleo e não vazar gasolina
Era pra estar melhor
Tento cuidar dele
Falo de ti
Ah! Uma vez bebi álcool direto da bomba
Lembro disso, eu que apostei contigo
Nunca pagou
Faltou o gargarejo, parte importante da aposta
Você também não está nenhum Alfa Romeo
Alfa Ramon, Afta Ramon, Alfa Lhado
Continua escrevendo, Alfa Lido?
Aos poucos, Alfa Minto
Como é mesmo aquela frase sua que gosto?
“O inferno são os outros”
Não é essa
“Poetizar a insanidade é como acariciar um gato morto ou morder o próprio olho”
Também não. Fala da solidão
“Os homens mais fortes são os mais solitários”
São mesmo?
Sei lá
Preciso ir à oficina, valeu pela grana Ford Caído
Te vejo amanhã, Vivaldi

Em outra estação
Quando “A solidão é minha parceira, sem ela me sinto sozinho”
Fizer menos sentido

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