Plano cartesiano

A luz da lâmpada cobriu meus temperos
Já não encontro minha doença dentro do pote
Procuro em vão, um dia sóbrio na geladeira
Comprei bolo de formiga, chá de astronauta
Um chiqueiro novo, ferraduras de anjos
Uniformes despejados, cinzeiros desbotados
Alqui mia, cheia de bigode e pose
Está tão gorda e peluda quanto seu dono
Encontrei alguns remédios contra-indicação
Quando bisbilhotava a construção ao lado
“Ei” gritou-me o proprietário lá da rua
“Se acabar com minhas pílulas
Sou bem capaz de comprar um pato e um tapete”
Já não encontro minha doença dentro do pote
A luz da lâmpada, a luz da lâmpada
Alqui não veio mais aqui
Procuro em vão, um dia sóbrio na geladeira
Comprei molho de algodão, rocambole de eutanásia
Fissuras cerebrais acrobáticas, miúdos elétricos
Ultrajes simbólicos, medo do escuro
Encontrei um pato e um tapete
Quando bisbilhotava a construção ao lado
“Ei” gritou-me o proprietário lá da rua
“Se acabar com minhas pílulas
Sou bem capaz de comprar um pato e um tapete”
Já não encontro minha doença dentro da lâmpada
Procuro em vão, um dia sóbrio no pote
Alqui mia, algo dão
Alqui mia, algo dão
Alqui mia, algo dão
Alqui não veio mais aqui
Se Alqui mia
Algo dão

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